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De Carnaval a Orquestra Sinfônica - Parte I

  • Carlos Bugni
  • 4 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

Vou aproveitar que o carnaval me lembrou histórias, para abrir um parênteses na série e falar aqui de antemão sobre alguns dos variadíssimos lugares que já toquei. Palco mesmo, o meu 1º foi nas séries primárias em uma peça infantil que encenamos na antiga TV Brasília, próxima ao Colégio Dom Bosco, no início da asa sul de Brasília. Minha única recordação é que eu me empenhara muito para fazer a minha produção e ajudar as outras crianças.

Costumava ir com minha família inúmeras vezes e desde criança para a Pousada do Rio Quente, em Goiás, resort que iniciou de uma fazenda e acompanhei todo o crescimento. Alí, passava noites entre serestas, discotecas e shows diversos e sempre conhecia e me 'enturmava' com os músicos. Um, especialmente, me dava dicas de música e virou amigo por anos. Era o baixista Paulo, que infelizmente não sei o sobrenome e depois de anos sem ir lá, perdi o contato. O local era famoso por um bom carnaval. Algumas vezes que passei carnaval na Pousada fui convidado por meu amigo para compor a banda com um dos meus primeiros instrumentos, um Tarol.

Eu devia ter 14, 15 anos. Foi realmente a primeira vez que me vi tocando 'profissionalmente', isso é, com profissionais, em um palco completo, pra milhares de pessoas. Alí eu senti e aprendi que a banda é um órgão complexo, coletivo e integrado; que a música depois de iniciada não pára ainda que haja erros; aprendi a importância dos olhares e comunicação corporal, já que não participara de ensaios; que a percussão não só mantém, mas leva o groove, a batida, a pulsação e o astral da música pra frente; que músicos são pessoas incríveis.

Com meu tarolzinho na pacata Brasília da época, era necessário 'fazer barulho' e tocar para melhorar a técnica, o repique, a musicalidade. Daí me imiscuí com uma galera mais velha, que fazia o Meia-Meia. Era uma batucada que começava à meia noite e meia, na famosa Prainha, estacionamento que ficava próximo à ponte Costa e Silva, hoje Honestino Guimarães, à beira do Lago Paranoá, em Brasília, sempre regada a muita cerveja e cachaça. Era um conhecido local de namoro de casais à noite. Brincávamos muito nos perguntando porque as pessoas deixavam os carros alí, no escuro do local. Chegávamos 'chegando', como se diz hoje. Alguns carros se retiravam. Os outros, porém, gostavam do batuque e, sozinhos, começavam a balançar.

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